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Saque e Voleio

Quanto vale o Rio Open

Alexandre Cossenza

03/12/2013 16h39

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Em uma coletiva com muita gente falando e poucas perguntas da imprensa, o Rio Open apresentou, enfim, seu patrocinador master. O torneio agora chama-se Rio Open apresentado pela Claro hdtv. Todos representantes de patrocinadores discursaram, o que incluiu representantes de IMG, IMX, Claro, Correios, Itaú, Peugeot, além do secretário de Turismo do Rio de Janeiro e de vídeos com Chris Kermode, e Stacey Allaster, presidentes de ATP e WTA, respectivamente. Ah, sim: ninguém citou o nome de Eike Batista.

Depois uma boa meia hora de falação, com organizadores agradecendo a patrocinadores e patrocinadores elogiando organizadores, finalmente veio a informação que importava ao público: os preços de ingressos. E aqui estão:

Segunda e terça-feira
Cadeira lateral na sessão diurna: R$ 20
Cadeira de fundo de quadra na sessão diurna: R$ 30
Cadeira lateral na sessão noturna: R$ 60
Cadeira de fundo de quadra na sessão noturna: R$ 70

Quarta e quinta-feira
Cadeira lateral na sessão diurna: R$ 30
Cadeira de fundo de quadra na sessão diurna: R$ 40
Cadeira lateral na sessão noturna: R$ 90
Cadeira de fundo de quadra na sessão noturna: R$ 100

Sexta-feira (sessão única)
Cadeira lateral: R$ 140
Cadeira de fundo de quadra: R$ 170

Sábado (sessão única)
Cadeira lateral: R$ 280
Cadeira de fundo de quadra: R$ 310

Domingo (sessão única)
Cadeira lateral: R$ 320
Cadeira de fundo de quadra: R$ 350

Vale lembrar que serão três jogos por sessão de segunda a quinta-feira. Isto, é claro, se não chover. E o torneio, que é em saibro outdoor e está marcado para acontecer de 15 a 23 de fevereiro de 2014, será em um dos meses com a maior média de chuvas no Rio de Janeiro.

Os ingressos estarão à venda a partir de 13 de dezembro, no próprio site do torneio. Clientes Claro hdtv e Itaucard, entretanto, têm direito a pré-venda exclusiva a partir desta terça-feira, 3 de dezembro.

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Sem ir na toalha (para ler em até 25 segundos, mas com atenção):

– Rafael Nadal e David Ferrer já têm presença confirmada no torneio. Thomaz Bellucci, mesmo sem ranking para um ATP 500, também jogará, já que vai receber um wild card se necessário. O paulista, além de número 1 do Brasil, é agenciado pela IMX, dona e organizadora do torneio.

– Ainda não há nomes de peso confirmados para o torneio feminino. Conversei rápido com o diretor do torneio, Lui Carvalho (foto acima), que me apontou o calendário da WTA como principal obstáculo para as negociações. O Rio Open é realizado uma semana depois do WTA de Doha (do outro lado do planeta e obrigatório para as top 10) e no mesmo período do WTA de Dubai, mais perto de Doha e com premiação de US$ 2 milhões (o evento carioca paga US$ 250 mil).

– Lui não falou em nomes, só disse que a negociação era mesmo complicada. Uma das possibilidades era conversar com o WTA de Florianópolis e dividir o "appearance fee" (valor pago "por fora" para que um tenista jogue o torneio, independentemente da premiação do evento) de uma atleta top. E Teliana Pereira, que estava no evento, deve receber um convite, assim como Bellucci.

– O saibro da quadra central já está pronto. As arquibancadas, todas com assentos retráteis e numerados, terão lugar para pouco mais de 6.000 pessoas. Embora um dos requisitos da ATP para um evento da série 500 seja a capacidade para 7.000, o Rio Open tem a autorização da ATP para operar durante alguns anos com a capacidade um pouco abaixo do "piso".

– Importante notar também que o torneio foi anunciado como "maior evento esportivo anual do Rio de Janeiro". Ênfase no anual. Todos que tiveram o microfone nas mãos indicaram que o evento fica na cidade por um bom tempo. Marcia Casz, vice-presidente da IMX, disse, inclusive que o torneio promoverá a criação anual de núcleos de tênis em comunidades do Rio de Janeiro. "Daqui a 20 anos, poderemos ter 20 núcleos", afirmou.

– O nome de Eike Batista não foi citado em momento algum na coletiva. Por ninguém. A IMX, lembremos, é uma joint venture do Grupo EBX, de Eike, com a renomada IMG. A credibilidade da empresa internacional foi ressaltada em vários momentos da apresentação desta terça-feira.

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Coisas que eu acho que acho:

– Sai caro ver o torneio inteiro? A discussão passa pela questão de sempre: a meia-entrada. Quem tem direito ao benefício pode ver os sete dias de Rio Open, sentado no fundo de quadra, por R$ 655. Parece-me um valor bem razoável para um evento deste nível. Contudo, quem precisa pagar o valor cheio terá de desembolsar, na mais barata das hipóteses (cadeira lateral em todas as sessões), R$ 1.140. Já não é tão acessível assim, especialmente se alguém de fora do Rio estiver planejando uma viagem.

– Quem já percebeu que o Brasil Open, que é realizado anualmente em São Paulo, ainda não anunciou nem tenistas nem patrocinadores para sua edição de 2014, marcada para o período de 24 de fevereiro a 2 de março? Ano passado, a organização já havia anunciado suas maiores estrelas no fim de novembro. Será que os problemas de 2013 e o calendário de 2014 complicaram a vida de São Paulo? Aguardemos novidades.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

Se é sobre tênis, aparece aqui. Entrevistas, análises, curiosidades, crônicas e críticas. Às vezes fiscal, às vezes corneta, dependendo do dia, do assunto e de quem lê. Sempre crítico e autêntico, doa a quem doer.